perder você é perder meu lado bom;
é perder a possibilidade;
é sentir-se só.
perder você é desacreditar mais em mim;
é não ter teus olhos atenciosos pousados na minha vida e
nas minhas doenças.
perder você é não assistir pokemon;
é não tomar banho na piscininha;
é não comer batata palha,
e nunca mais tomar toda a água do copo.
perder você é perder mais que isso!
é perder a memória de bons momentos;
é perder a força de vontade,
por mais que eu vacile...
perder você é perder um grande amor;
é perder o jogo de 7x1;
é perder os apelidos mais fofos;
é perder a melhor dormida de conchinha;
é perder as brigas que não acontecem;
é perder meu espaço.
não te ter mais é ter dificuldade em
cortar os vínculos que eu
disse querer cortar;
não te ter é perder as reclamações das cervejas que eu bebo
e das coisas que eu esqueço;
perder você é perder quem me conhece,
quem se mete mesmo assim,
e quem aguentou dias ruins
só pra ficar comigo.
perder você é perder calcinhas;
perder uma cama de casal
onde você me substitui por um travesseiro,
e, por mais que ninguém queira, estarei ali às vezes.
perder você é perder minhas coisas e
deixar por isso mesmo;
é não saber escolher as roupas;
é se angustiar por não querer andar só.
perder você é tudo que eu não quero;
não te ter comigo é perder a chance de
ser aquele casal bobo que vai ao cinema;
que separa um dinheiro pra jantar dia 23;
que vai as vezes ao motel e se diverte
e faz amor, por mais brigas que o assunto cause.
perder você é perder coisas que eu nem sei.
é perder o sonho do Pedro... Henrique.. tudo bem, Pedro Henrique!
deixar você ir e não lutar seria o maior erro da minha vida.
deixar você ir é viver com um arrependimento amargando meus dias.
é deixar algo insignificante acabar tudo isso que falei acima;
deixar você ir seria a maior covardia,
pois eu tenho sentimentos e quero provar
que com você eles são melhores.
camila barros
texto dedicado à ana karolina lopes
terça-feira, 27 de setembro de 2016
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
Nascente
o céu nasce à galope
chegando apressado, num golpe.
e fui eu que pintei o arrebol
a bola do dia, um sol.
a bola da vez, teu ar
um pingo azul, o mar.
e tu com as vestes de flô
trazendo na mão o amor
que eu vim ligeiro buscar
como quero-quero querer
da vida um pedaço, você.
camila barros
chegando apressado, num golpe.
e fui eu que pintei o arrebol
a bola do dia, um sol.
a bola da vez, teu ar
um pingo azul, o mar.
e tu com as vestes de flô
trazendo na mão o amor
que eu vim ligeiro buscar
como quero-quero querer
da vida um pedaço, você.
camila barros
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
k-pax
cada um com sua verdade
com sua versão
com sua moeda
com seu pensamento
com sua vontade
com seu sono
sua hora
sua glória
e suas convicções.
cada um se polui
e se despolui intimamente
atrás da cortina,
da porta do quarto
ou
da sua verdade
convincente
da sua versão
melhorada da dor
da sua moeda
para comprar qualquer coisa
do pensamento
pra ser quase pássaro
da vontade
e da quase realização
do sono
e dos sonhos
da sua hora
de decidir por si
da sua glória
e dos seus santos
e de suas convicções
para estar
de alguma maneira
conectado à algo.
camila barros
com sua versão
com sua moeda
com seu pensamento
com sua vontade
com seu sono
sua hora
sua glória
e suas convicções.
cada um se polui
e se despolui intimamente
atrás da cortina,
da porta do quarto
ou
da sua verdade
convincente
da sua versão
melhorada da dor
da sua moeda
para comprar qualquer coisa
do pensamento
pra ser quase pássaro
da vontade
e da quase realização
do sono
e dos sonhos
da sua hora
de decidir por si
da sua glória
e dos seus santos
e de suas convicções
para estar
de alguma maneira
conectado à algo.
camila barros
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
tua roupa
eu estive muito mais nua que isso;
estive com os olhos
voltados para você
dando-te atenção e
mostrando-me completamente.
estive eu muito mais crua que isso;
estive mais seio,
cabelo,
ou qualquer coisa que
formasse meu cauteloso corpo.
estive entregue aos teus cuidados,
estendida em teu varal;
estive assim o tempo todo e
às vezes acho que
ainda pego sol e chuva por aqui
de vez em quase.
camila barros
arte: luan campelo - @luancampelo
terça-feira, 13 de setembro de 2016
sobre laços
acordei diluída em água, tomando banho maria e tentando manter os olhos cerrados. ainda bem que joguei tudo fora, inclusive aquelas cartas com finais que prometiam coisas que não aconteceram; destruí os corações que uniam nossos nomes e parti tua letra em pedaços, até não reconhecer mais que me amava em poesia.
lembro que vim embora e só trouxe cá o que coube nem sei onde. os passos que atravessei na rua ficaram ali, pesados; minha sombra ficou por ali, febril; e quando eu voltei para a minha casa e para a minha cama, eis que recordar são os próximos capítulos.
camila barros
camila barros
Incontinência do Eu
esvazio-me.
concentro tudo que é meu
no prato da janta
que havia - vazio.
sem nada estou;
embora
muito cheio queira ficar.
esvazio-me.
como as plantas perdem o verde,
como o cupido perde o flerte,
como alguém
que se perdeu
na volta pra casa.
esvazio-nos.
minhas mãos,
meus pés,
meus cabelos,
e muitas outras partes
que se desdobram
em absolutamente nada.
é como se não adiantasse
encher-me.
o jantar sempre será
as coisas minhas
que não conseguem
alimentar.
camila barros
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