domingo, 16 de março de 2014

Tirando o osso do lugar






Minha poesia tem uma vértebra,
e essa vértebra é reservada as galáxias do teu quarto.
A única vértebra é reservada aos teus cuidados,
aqueles de tentar escrever o que é mais bonito e mais doce
(mesmo não querendo ser tanto, pra não enjoar).

Minha poesia, essa carregada de desastre e de alertas,
é pra dizer também que você é bonita,
e que o desenho fino da tua boca é mais imenso quando me beija;
e que teus olhos miúdos, são mais ainda quando acorda!
(mesmo não querendo parecer atenciosa).

E olha menina, eu guardei a vértebra,
guardei os teus detalhes e teus dentes na minha memória ruim.
guardei além disso, minha saliva!
guardei-a para afogar as tuas costas,
por que eu sei que minha poesia e eu temos um mar
minha poesia e eu temos um ar sereno
minha poesia e eu temos o necessário,
até você enxergar a única, de trinta e três que te reservei.

Camila Barros



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