domingo, 6 de setembro de 2015

Eis minha casa, ou quase



o sol atravessa a barreira invisível que eu criei.
ataca-me e me convence que já é dia
e que já havia
de calçar o chão.

o recado da geladeira me recorda
que hoje é dia de me desculpar
pelas coisas que, ainda assim, não fiz
- mas pensei, e fiz mal. -
me recorda
que
a corda(!)
quase arrebentou pro meu lado;
o mais fraco.

o meu lado é feito de embriaguez e esquecimento
não tem cimento
nem forma ideal.

o meu lado não tem parede,
e como disse antes
a barreira é invisível.

a minha parte destra, detesto
a todo instante eu tenho medo
de perder a mão
ou quebrar um dedo.

acordei!

bebi aquela meia cerveja que não aguentei ontem.
vou tentar mudar as consequências
e em seguida
vou comprar um par de cordas,
sujar as mãos
e construir paredes.

Camila Barros


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