quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Próximo ao centro


oitenta meses
você ficou sem reclamar;
eu nada dei-te
nem enfeite, nem sombra, nem mar.

oitenta meses
você alugou e se instalou.
fez-me perguntas e minha janta,
e não se importou se havia
algo fora do lugar.

oitenta meses...
e eu garçonnière!
me dediquei somente à febre;
na doce e amarga sensação de estar.

oitenta luas
e você aqui;
oitenta vezes
e você me olhou,
e a cada vez que piscava o olho
era como se pedisse as chaves
de mim; compartimento.

camila barros


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