pra lha de bagdá

migalhas
galhas
tralhas
agulhas
embrulhos
tijolos
por mais casas
iguais a
mi
galhas
tralhas
trabalham
incessantemente
em
agulhas tamanhas
de se proteger

camila barros

a vida da chuva

sou a chuva doce que cai mansa
querendo morrer no teu cabelo
ou na tua pele
ou em qualquer lugar
que seja você.

camila barros

Não sei se era choro ou se era eu na estrada

em torno na da minha mão, o nada
em torno do nada, minha mão
torneira jorrando em cima da roupa
é chuva que cobre, no nada, um vão

em torno de si, o que vejo
e o que vejo anda cego e
cabisbaixo de me ver.

pois me rodeando, o espelho
do vidro do carro azul
é mera luz que faz sombra
e entre a sombra e eu
a dúvida.

camila barros

Dívida

te devo mil perdões
mil rosas e
mil olhares

camila barros

o cantar do sentimento

me sinto um pássaro
voltando pro quintal
que tem a melhor comida
que tem a melhor árvore
e que me faz sentir
vontade de voar só pertinho

me sinto um pássaro
livre pra voltar
por que na minha vida
ir e voar forte
sempre foi muito fácil

me sinto um pássaro
e somente assim
quero enfeitar o teu varal

camila barros