A incapacidade de me definir agora quase me mata!
É como se eu nunca tivesse lido Água Viva
É como se eu dormisse no ponto
E eu dormi tanto, que perdi o bus.
Perdi a luz veicular que me levaria pra casa
Perdi passarinho, perdi asa.
Os postes descansam e não iluminam a cidade
E a incapacidade de eu me encontrar agora, me suga.
Sento-me no chão, me deito
Não quero sentir tamanho peso do tronco
Árvore distraída, desanimada da vida
Descabida, sem folha, meio morta.
A incapacidade de chorar me tsunami
Eu nem sei do que posso chamar isso...
Babilaque, coisa nenhuma, um mar escuro
Poesia que não entendo
Olhares de riso, conversa fiada...
O mundo é meu inquilino e
Me deve muitas coisas.
Eu não consigo chorar demasiado, pois falta me pagarem
É como se eu não tivesse lido Água Viva
Mas considerando todas as frases de efeito
Que possivelmente estariam lá.
É isso! Hoje a noite é de efeito
E ela me suga a capacidade
De me morar nessa cidade tão barulhenta.
É como diz Manoel de Barros:
Eu queria crescer pra passarinho...
Camila Barros
Nenhum comentário:
Postar um comentário