domingo, 26 de março de 2017

Enquanto eu me escrevo na tua boca

Ah, teu riso
Tão frouxo e
Tão capaz de
apertar meu peito.

Tão claro e
Tão capaz de
Escurecer minha vista.
Me fazer desmaiar
Amolecer.

E na dureza dos teus dentes
Eu deito sem pressa

Ah, teu sorriso
Tão alinhado quanto
Os ponteiros que demoram e
Que moram
Dentro do tempo e
Que me judia
Por demorar tanto.

E um abrir de boca
Nem sempre é
Sinônimo de sono.
É, então, tudo que eu preciso
Tua cara, meu lar
Teu riso.

Camila Barros

Nenhum comentário:

Postar um comentário