porta
feche a porta
bem a porta
que eu não quero ver o claro
que insiste amanhecer.
é cedo
muito cedo
e as galáxias
transam navalhas cortantes
que não vale clarear.
não por mim
nem por ninguém
mas que céu
é bem o céu
e tão acima daqui
nos protege como o véu
que a mãe espalha no berço
que não tem tamanho, nem preço
e que também
está no alto
e não pensa em cair
na nossa cara
ou coroa
que é a vida, nossa vida
nem tão má e nem tão boa
barro rouco; rachadura.
meio tudo
meio nada
uma luz que ilumina
só com pilha, meia pilha
que acaba no escuro.
são as transas bem cortantes
no caminho de um dia
que acaba e recomeça
com as malas que eu fiz.
camila barros
Nenhum comentário:
Postar um comentário